sábado, 30 de outubro de 2010

Ricardo, o gênio da matemática

Na pequena cidade do interior do Ceará o assunto é um só. Várzea Alegre exibe o orgulho de ter um estudante duas vezes medalha de ouro nas Olimpíadas Brasileiras de Matemática para Escolas Públicas.
"Estou apaixonada pelo Ricardo, todo mundo daqui", garante uma mulher. “Fazer aquilo é importante para o Brasil”, destaca um morador. 
Mas a fama não alterou tanto a rotina do morador ilustre. Ricardo estuda cinco horas por dia, três só dedicadas à matemática.
“Na matemática o que me interessa é a exatidão, é o modo como os problemas são resolvidos. Tem certas perguntas que são aparentemente fáceis e isso nos motiva a tentar resolvê-las", diz o estudante Ricardo Oliveira da Silva. 
O desempenho de Ricardo nas olimpíadas impressionou os professores que corrigiram as provas. "Na região que eu coordeno, ele foia melhor nota nos dois anos em que ele participou", diz o professor de Matemática Pedro Ferreira de Lima.
Foi longe dos bancos da escola que Ricardo conseguiu decifrar os números. Incentivo da mãe, agricultora, que ensinou as primeiras lições.
"Era muito fácil ensinar Ricardo porque ele tinha facilidade de aprender", lembra Francisca Oliveira da Silva, mãe de Ricardo.
Depois de alfabetizado, Ricardo trilhou quase sozinho os caminhos do conhecimento. O irmão mais novo, Ronildo, ajudou.
"Ele sempre trazia os livros para matar a minha curiosidade, eu sempre procurava entender como as coisas aconteciam, eu tenho tipo assim espírito de cientista", conta Ricardo. 
Mesmo acostumados com a vida simples no sítio, os pais do Ricardo sabem que para levar o sonho dele adiante vão ter que se mudar. Ano que vem, o estudante não terá mais professor em casa, porque estará no Ensino Médio e a escola mais próxima fica a 24 quilômetros de distância.
Por causa das condições da estrada, Ricardo não consegue sair de casa na cadeira de rodas. Tem de ser levado pelo pai. Depois que a história do estudante foi mostrada no Fantástico, a prefeitura de Várzea Alegre prometeu levar a família para a área urbana do município, onde Ricardo vai ter uma casa com todas as despesas pagas, uma cadeira de rodas motorizada e vai poder freqüentar uma escola.
Ofertas de tratamento médico, odontológico e material didático vieram de várias cidades do Brasil. Ricardo está feliz, mas lembra que a doação que ele mais precisa receber é aquela que não tem preço.
"O maior presente que eles poderiam me dar é o apoio mesmo, o incentivo, porque é isso que a gente precisa para seguir na vida", diz Ricardo

Fonte: http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL698658-15605,00.html

3 comentários:

Colégio Municipal Hildécio Antônio Meireles - Morro de São Paulo/Zimbo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Colégio Municipal Hildécio Antônio Meireles - Morro de São Paulo/Zimbo disse...

A reportagem acima é muito interessante. Porém, parto do princípio, talvez pelo fato de ensinar Física e, também, ser graduando em Pedagogia (UNEB), de que é necessário fazer uma análise/reflexão mais apurada sobre estes tipos de reportagens, ou seja, lê-las nas entrelinhas. Na realidade, chamo a atenção para o fato de que o estudante Ricardo da Silva, intitulado "O Gênio", somente recebeu apoio, pela prefeitura de Várzea, devido ao seu bom desempenho exibido no Fantástico. Atrelado a este fato, ressalta-se o tempo todo sobre a facilidade do estudante Ricardo da Silva em aprender Matemática. A questão é que muitas vezes as políticas públicas de ensino voltam-se para os alunos que têm melhor desempenho, em detrimento daqueles que apresentam déficit nas mais diversas avaliações que são realizadas pelo sistema educacional como um todo, ou seja, o papel das camadas representativas não deve se restringir apenas aos tidos como símbolo de "SUCESSO", mas é preciso pensar em ações que alcancem aqueles que estão à margem dos sucessos escolares avaliativos, como a Olimpíada da Matemática. Pois, a reportagem refere-se o tempo todo sobre o desempenho de um aluno (não que seja insignificante), mas não se aborda discussões sobre o que fazer para melhorar o desempenho daqueles que não atingiram a meta. Qual foi ou é a atitude da prefeitura diante do universo de alunos que tiveram suas pontuações baixas na Olimpíada de Matemática?Se continuarmos, meramente, "batendo palmas" para uns (os que chegam lá), em detrimento dos demais, acabaremos criando uma sociedade da inclusão excludente, que parte do princípio de que as condições estão aí e se alguns não conseguem é porque não querem ou não têm capacidade suficiente. E, sabe-se que a justificativa ou a história não é bem essa! Pois, vivemos numa sociedade onde o ensino da Matemática avançou bastante, mas ainda existem aspectos que precisam ser re/pensados, principalmente no que diz respeito às políticas públicas quanto ao processo ensino-aprendizagem da Matemática, uma vez que é uma área cuja dificuldade é maior entre os estudantes.Por isso, é importante ressaltar que, nos moldes atuais, a escola deve ser vista não como um espaço principal para aqueles que sabem ou têm mais facilidade para aprender, mas como um espaço primordial para os estudantes que apresentam dificuldades de aprendizagem! Isto perpassa pelos seguintes questionamentos: "Qual o papel social da escola? Qual a função do ensino da Matemática? É formar celebridades?"
Hélio de Cristo

Trabalho de Matemática disse...

Esta postagem mostra a historia de um garoto que tem muita afinidade com a matematica é importante que toda a comunidade contribua de forma efetiva para que ele venha a se desenvolver melhor, entretanto se faz necessario medidas de apoio e incentivos a todos aqueles que como Ricardo que tenham afinidade com a matematica mas necessitam de recursos para conseguir se desenvolver, devido a precariedade da educação brasileira e mais uma vez ressaltar que é necessario politicos publicas efetivas que alcancem todos de uma forma efetva.

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